Chega de saudade

Daqui a dez minutos não será mais o dia da saudade. Aliás, quando eu clicar em “publicar” esse texto provavelmente nem será mais 30 de janeiro. Enfim, até o dia da saudade já ficou…na saudade.

Isso me remete brevemente ao final de semana. Nele, vivenciei amigos concluindo o curso de jornalismo. Abracei pessoas muito queridas e disse: “vamos continuar nos vendo”. Foi quando percebi que na universidade deixei vínculos. Assim como em qualquer lugar.

E passei a me questionar sobre essa malandra da saudade. Comecei refletindo na doidera de que essa palavra não existe em muitas línguas – é só em português e mais uma que não me recordo qual.

Como as pessoas lidam com algo que não têm nem vocábulo para expressar? A verdade é que nem nós lidamos.

Tudo é estranho no começo. No início dói pra caramba, aperta o peito. Parece que jamais vamos conseguir nos livrar daquela tonelada que invadiu nosso coração. Depois vai fechando. De fora para dentro. Não choramos mais tanto, não aperta mais a memória, até que para de doer. E vira lembrança. Ou não.

Como toda a regra, a saudade tem sua exceção. Ela é uma cicatriz nos remendos da nossa existência. E como uma cicatriz ela pode doer quando o tempo está para chuva, ou quando despercebidamente nos deparamos com fotos, cartas…

Pode ser que até choremos de novo. Mas daí o nosso próprio coração vai se encarregar de nos consolar e lembrar de que a saudade só existe porque foi bom. E se foi bom, não é preciso da saudade,  podemos nos reservar apenas a guardar bons momentos. Assim como os dicionários alheios.

About Gabriela Schuch

Gabriela do hebraico enviada por Deus. Schuch por alguma descendência alemã. Gaúcha com passagem pelo norte. Filha única. Colorada que aprendeu que futebol é bom somente enquanto traz paz. Jornalista em formação, “escritora” por terapia. Não é explícita, odeia falar ao telefone, não sabe nadar, andar de bicicleta ou falar de amor. Não bebe, não fuma e se diverte muito. Descobriu tarde o verdadeiro conceito de amizade. E nunca mais o largou. Se surpreende com obviedades e acredita que a culpa disso é dos valores que se inverteram. Acredita em borboletas no estomago e também nas pessoas. Não sabe confiar pela metade, não sabe desgostar pela metade, não consegue amar pela metade. 8 ou 80, nada de meio termo. Para ela, mais complicado que a vida é ser gente grande. Se tornou mulher com jeito de criança. Uma tímida extrovertida que lá do topo da árvore aprendeu a sentir amor próprio. Beleza atrai, conteúdo convence. Quer convencê-la e ganhá-la? Impressione pelo seu caráter. Seja transparente. Não vulgarize o verbo amar e diga a VERDADE sempre. Muitos dizem que ela mudou. Se afastou da multidão. Mas a verdade é que ela cresceu embasada no que o passado ensinou e agora sabe muito bem onde coloca seus pés. Em uma rocha firme chamada JESUS CRISTO. Ela acredita, confia e sabe que nada é sem a misericórdia de Deus que se renova a cada manhã. Os muitos que falam não conseguem entender que não é uma questão de ser manipulado. É uma questão de crer, e crer é pensar. Atualmente tem a marca da promessa e a convicção de que foi escolhida desde o ventre pra fazer a diferença nessa geração do avivamento. Por isso fez uma aliança com o pai: adora somente a Deus, espera no Senhor e sabe que sangue de Cristo tem PODER. Tem plena certeza que Jesus a ama - assim como AMA você e está te esperando de braços abertos – e por isso anda com Ele sempre. E se cair Deus levanta, assim como só Ele tira aquilo que Ele deu. Seu futuro? Não há dúvida onde há fé e por isso ela não porque teme já que sabe que o Pai está cuidando e que ele não demora, apenas capricha. Assim segue ela. Com os olhos fitados para cima, pois como disse o profeta Zacarias: "Porque aquele que tocar em vós toca na menina dos olhos de Deus".

Uma resposta »

  1. A saudade é uma variável diretamente proporcional ao tempo. Quando somos criança, parece que ela mal existe. A medida que vamos crescendo e, as pessoas que temos à nossa volta vão indo e vindo, o tempo começa a passar mais rápido. E ela, a saudade, só aumenta.

    Retorna a todo o vapor, misturada com momentos bons e ruins. E outros ótimos, como a formatura de colegas de jornalismo. Muitos deles que, passamos muitos momentos juntos. Que pensávamos que não perderíamos contato quando a gente se formasse. Mas, que, por algum motivo, acabou acontecendo. Restou a saudade. E a eterna lembrança.

    um belo post como sempre.

    PS: eu estava lá, na formatura segurando tua mão 😀

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  2. Ah! Se não me engano, a outra lingua é Galego.

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